A ordem é avançar

Como são felizes os que em ti encontram sua força, e os que são peregrinos de coração! Ao passarem pelo vale de Baca, fazem dele um lugar de fontes; as chuvas de outono também o enchem de cisternas. Prosseguem o caminho de força em força, até que cada um se apresente a Deus em Sião – Salmos 84:5-7

 

INTRODUÇÃO

Você é uma pessoa perseverante ou desistente?

Uma pessoa perseverante persegue um objetivo e somente se dá por satisfeito quando o alcança.

  • Persistência e teimosia, como diferenciar uma coisa da outra?

Somos persistentes quando estamos no caminho certo e teimosos quanto estamos no caminho errado.

Se estamos certos de estar no caminho certo o certo é continuar, persistir, perseverar e não desistir.

Exemplos de necessidade de perseverar na caminhada cristã.

 

Primeiro Exemplo:

CAMINHANDO RUMO À LIBERDADE

O Senhor endureceu o coração do faraó, rei do Egito, e este perseguiu os israelitas, que marchavam triunfantemente. Os egípcios, com todos os cavalos e carros de guerra do faraó, os cavaleiros e a infantaria, saíram em perseguição aos israelitas e os alcançaram quando estavam acampados à beira-mar, perto de Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom. Ao aproximar-se o faraó, os israelitas olharam e avistaram os egípcios que marchavam na direção deles. E, aterrorizados, clamaram ao Senhor. Disseram a Moisés: “Foi por falta de túmulos no Egito que você nos trouxe para morrermos no deserto? O que você fez conosco, tirando-nos de lá? Já não lhe tínhamos dito no Egito: Deixe-nos em paz! Seremos escravos dos egípcios! Antes ser escravos dos egípcios do que morrer no deserto!  Moisés respondeu ao povo: “Não tenham medo. Fiquem firmes e vejam o livramento que o Senhor lhes trará hoje, porque vocês nunca mais verão os egípcios que hoje vêem. O Senhor lutará por vocês; tão-somente acalmem-se”. Disse então o Senhor a Moisés: “Por que você está clamando a mim? Diga aos israelitas que sigam avante. Erga a sua vara e estenda a mão sobre o mar, e as águas se dividirão para que os israelitas atravessem o mar em terra seca – Êxodo 14:8-16

O contexto do texto:

Os filhos de Israel ficaram por séculos no Egito. Nos últimos anos eles foram submetidos a uma severa escravidão. Nessas circunstâncias eles clamaram por libertação:

Muito tempo depois, morreu o rei do Egito. Os israelitas gemiam e clamavam debaixo da escravidão; e o seu clamor subiu até Deus. Ouviu Deus o lamento deles e lembrou-se da aliança que fizera com Abraão, Isaque e Jacó. Deus olhou para os israelitas e viu qual era a situação deles – Êxodo 2:23-25

Deus lhes enviou Moisés e depois de Deus enviar 10 pragas sobre o Egito o faraó concedeu liberdade aos filhos de Israel.

Saindo de Sucote os filhos de Israel rumaram em direção ao deserto do Sinai. Estando perto do estreito de Nuweiba os filhos de Israel ficaram sabendo que faraó havia mudado de ideia e seu exército os perseguia:

Ao aproximar-se o faraó, os israelitas olharam e avistaram os egípcios que marchavam na direção deles. E, aterrorizados, clamaram ao Senhor – Êxodo 14:10

O terror tomou conta do arraial dos filhos de Israel. Eles foram a Moisés e fizeram ameaças:

Disseram a Moisés: “Foi por falta de túmulos no Egito que você nos trouxe para morrermos no deserto? O que você fez conosco, tirando-nos de lá? Já não lhe tínhamos dito no Egito: Deixe-nos em paz! Seremos escravos dos egípcios! Antes ser escravos dos egípcios do que morrer no deserto! – Êxodo 14.11 e 12

 

O desejo da liberdade:

Por muitos anos eles ansiaram por liberdade. Porém, uma vez livres não hesitaram em desejar ser escravos de novo, por que?

A liberdade e a manutenção da liberdade têm um preço – avançar e não retroceder.

 

O preço da liberdade:

Nos dias de Abraão seu sobrinho Ló vivia entre os libertinos de Sodoma:

Também condenou as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinzas, tornando-as exemplo do que acontecerá aos ímpios; mas livrou Ló, homem justo, que se afligia com o procedimento libertino dos que não tinham princípios morais (pois, vivendo entre eles, todos os dias aquele justo se atormentava em sua alma justa por causa das maldades que via e ouvia) – 2 Pedro 2:6-8

Ló ansiava por liberdade e ao ser liberto recebeu do anjo uma advertência:

Assim que os tiraram da cidade, um deles disse a Ló: “Fuja por amor à vida! Não olhe para trás e não pare em lugar nenhum da planície! Fuja para as montanhas, ou você será morto!” – Gênesis 19:17

Ló não olhou para trás e conseguiu chegar vivo a Zoar, porém sua mulher não chegou a Zoar:

Mas a mulher de Ló olhou para trás e se transformou numa coluna de sal – Gênesis 19:26

 

Jesus nos advertiu:

Lembrem-se da mulher de Ló! – Lucas 17:32

Por que os filhos de Israel quiseram voltar ao Egito?

Eles tinham sido escravos por tanto tempo que não conseguiam se ver livres.

No deserto, toda a comunidade de Israel reclamou a Moisés e Arão. Disseram-lhes os israelitas: “Quem dera a mão do Senhor nos tivesse matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e comíamos pão à vontade, mas vocês nos trouxeram a este deserto para fazer morrer de fome toda esta multidão!” – Êxodo 16:2 e 3

 

Eles tinham saudades dos tempos de escravidão:

Não havia água para a comunidade, e o povo se juntou contra Moisés e contra Arão. Discutiram com Moisés e disseram: “Quem dera tivéssemos morrido quando os nossos irmãos caíram mortos perante o Senhor! Por que vocês trouxeram a assembleia do Senhor a este deserto, para que nós e os nossos rebanhos morrêssemos aqui? Por que vocês nos tiraram do Egito e nos trouxeram para este lugar terrível? Aqui não há cereal, nem figos, nem uvas, nem romãs, nem água para beber!” – Números 20:2-5

Parece ser da natureza humana decaída desejar a escravidão e temer a liberdade. Eles foram libertos da escravidão do Egito. Seus corpos foram libertos, mas suas mentes permaneceram escravizadas.

Todos os israelitas queixaram-se contra Moisés e contra Arão, e toda a comunidade lhes disse: “Quem dera tivéssemos morrido no Egito! Ou neste deserto! Por que o Senhor está nos trazendo para esta terra? Só para nos deixar cair à espada? Nossas mulheres e nossos filhos serão tomados como despojo de guerra. Não seria melhor voltar para o Egito?” E disseram uns aos outros: “Escolheremos um chefe e voltaremos para o Egito!” […] O Senhor respondeu: “Eu os perdoei, conforme você pediu. No entanto, juro pela glória do Senhor que enche toda a terra, que nenhum dos que viram a minha glória e os sinais miraculosos que realizei no Egito e no deserto, e me puseram à prova e me desobedeceram dez vezes, nenhum deles chegará a ver a terra que prometi com juramento aos seus antepassados. Ninguém que me tratou com desprezo a verá. […] Diga-lhes: ‘Juro pelo meu nome, declara o Senhor, que farei a vocês tudo o que pediram: Cairão neste deserto os cadáveres de todos vocês, de vinte anos para cima, que foram contados no recenseamento e que se queixaram contra mim – Números 14:2-4, 20-23, 28 e 29

 

A dor da perda – O mito de Orfeu e Euridice:

Orfeu era poeta e músico, filho da musa Calíope e de Eagro, rei da Trácia. Era o músico mais talentoso e quando tocava sua lira que lhe fora presenteada por Apolo, os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. As árvores se curvavam para pegar os sons no vento. Ele foi um dos argonautas que ajudou Jasão na viagem para buscar o Velocino de Ouro. Durante a ida, acalmava os tripulantes. Durante a volta, Orfeu salvou os outros tripulantes quando seu canto silenciou as sereias, responsáveis pelos naufrágios de inúmeras embarcações.

Orfeu apaixonou-se por Eurídice e casou-se com ela. Enquanto Orfeu tocava feliz a sua lira, ela dançava e cantava nos bosques, aguardando por sua noite de amor. Mas Eurídice era tão bonita que, em pouco tempo atraiu um apicultor chamado Aristeu. Quando ela recusou suas atenções, ele a perseguiu e tentando escapar, ela tropeçou em uma serpente que a picou e a matou. A tão esperada concretização do seu casamento não se realizou.

Orfeu ficou transtornado de tristeza e levando sua lira, resolve empreender uma viagem ao Mundo dos Mortos para tentar trazê-la de volta. Caminha por muitos dias e noites em florestas e encostas íngremes. Sua voz fraca e o luto amargo, comprometem a comunicação com as pessoas. Orfeu chega à entrada dos infernos, a gruta que fica ao pé do monte Tênaro.

Afastando-se da luz, ele penetra as sombras e mergulha acompanhado pela paixão, na trilha repleta de frio e silêncio. Orfeu canta na solidão, quando avista o rio Estige. Ao avistar o barqueiro Caronte, condutor de almas, Orfeu pede que o transporte em busca da amada, mas ele nega alegando não conduzir vivos. A canção pungente e emocionada de sua lira convence o barqueiro Caronte a levá-lo pelo rio Estige.

A canção da lira adormece Cérbero, o cão de três cabeças que vigiava os portões. Sua melodia alivia os tormentos dos condenados e encanta os monstros do caminho. Quando finalmente Orfeu chega ao trono de Hades, o rei dos mortos fica irritado ao ver que um vivo tinha entrado em seu domínio, mas a agonia na música de Orfeu o comove, e ele chora lágrimas de ferro. Sua esposa, a deusa Perséfone, implora que atenda o pedido de Orfeu. Assim, Hades atende seu desejo.

Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos, porém com a condição de que não olhasse para ela até que estivessem à luz do sol. Orfeu parte pela trilha íngreme tocando músicas de alegria e celebração guiando a sombra de Eurídice de volta à vida. Porém, perto da saída do túnel escuro, desconfiado de que pudesse ter sido enganado por Hades, ele se vira para certificar-se de que era Eurídice que o seguia. Por um momento ele a vê mas aos poucos ela vai desaparecendo, e apesar de gritar seu nome, ele a perde para sempre.

Fonte: http://eventosmitologiagrega.blogspot.com/2010/11/orfeu-e-euridice.html

No cativeiro babilônico os filhos de Israel experimentaram a dor da perda da liberdade:

Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião. Ali, nos salgueiros penduramos as nossas harpas; ali os nossos captores pediam-nos canções, os nossos opressores exigiam canções alegres, dizendo: “Cantem para nós uma das canções de Sião!” Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra estrangeira? Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti! Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti, e não considerar Jerusalém a minha maior alegria! – Salmos 137:1-6

 

O gozo da liberdade

Levante-se, refulja! Porque chegou a sua luz, e a glória do Senhor raia sobre você. Olhe! A escuridão cobre a terra, dessas trevas envolvem os povos, mas sobre você raia o Senhor, e sobre você se vê a sua glória. As nações virão à sua luz e os reis ao fulgor do seu alvorecer. Olhe ao redor, e veja: Todos se reúnem e vêm a você; de longe vêm os seus filhos, e as suas filhas vêm carregadas nos braços. Então o verás e ficarás radiante; o seu coração pulsará forte e se encherá de alegria, porque a riqueza dos mares lhe será trazida, e a você virão as riquezas das nações – Isaías 60:1-5

Quando o Senhor trouxe os cativos de volta a Sião, foi como um sonho. Então a nossa boca encheu-se de riso, e a nossa língua de cantos de alegria. Até nas outras nações se dizia: “O Senhor fez coisas grandiosas por este povo”. Sim, coisas grandiosas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres – Salmos 126:1-3

 

Segundo exemplo:

SEGUIR A CRISTO SEM OLHAR PARA TRÁS

Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: “Eu te seguirei por onde quer que fores”. Jesus respondeu: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça”. A outro disse: “Siga-me”. Mas o homem respondeu: “Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai”. Jesus lhe disse: “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus”. Ainda outro disse: “Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e me despedir da minha família”. Jesus respondeu: “Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” – Lucas 9:57-62

Ser discípulo – seguir de perto:

Ser um discípulo significa (conforme Mt enfatiza de forma especial) ser vinculado a Jesus e cumprir a vontade de Deus (Mt 12.46-50; cf Mc 3.31-35). Isto significa que, durante o ministério terrestre de Jesus, o discípulo tinha, bem literalmente, de “seguir” a Jesus, isto é, seguir atrás dEle (akoloutheō) e aceitar a situação de renúncia, de perambular com Ele (Mt 8.20-21; cf G. Bomkamm, Jesus de Nazaré, 146)

Por que “aquele que põe a mão no arado” não pode olhar para trás?

Quando se pega no arado, pega-se para fazer sulcos na terra para o plantio. Se alguém, com a mão no arado olha para trás faz sulcos irregulares e seu trabalho se perde.

Warren Wiersbe comenta:

Três homens poderiam ter se tornado discípulos, mas não preenchiam os requisitos que Jesus havia estabelecido. O primeiro era um escriba (Mt 8.19) que se ofereceu para seguir Jesus, mas mudou de ideia quando descobriu o preço de sua decisão: teria de negar a si mesmo. Ao que parece, estava acostumado com um lar confortável. O segundo homem foi chamado por Jesus (que grande honra!), mas foi rejeitado, pois não tomou a cruz e morreu para si mesmo. Estava preocupado com o funeral de outra pessoa, quando na verdade deveria estar planejando o próprio funeral! Jesus não está sugerindo que se deve desonrar os pais, mas sim que não se deve permitir que nossa família enfraqueça o amor que temos pelo Senhor. Nosso amor por Cristo deve ser tão intenso a ponto de fazer o amor por nossa família parecer ódio (Lc 14.26). O terceiro homem também se ofereceu como voluntário, mas não pôde seguir a Cristo, pois estava olhando para trás ao invés de olhar adiante. Não há nada de errado em uma despedida afetuosa (1Rs 19.19­ 21], mas se ela representa um empecilho para a obediência, torna-se pecaminosa. Jesus viu que esse homem não havia entregado o coração inteiramente a ele, mas ao sair para arar, iria olhar para trás (ver Gn 19.17, 26; Fp 3.13,14), Não é de se admirar que os trabalhadores sejam poucos (Lc 10.2)! Ficamos com a impressão de que os ensinamentos de Jesus a seus discípulos e às multidões não haviam surtido muito efeito, Faltava-lhes poder, amor e disciplina, e essas deficiências entristeciam o coração de Cristo, Se, nos dias de hoje, também nos faltarem tais fundamentos, não teremos como ser, verdadeiramente, discípulos de Jesus, No entanto, o Senhor coloca esses elementos essenciais a nossa disposição, “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2Tm 1.7), Somos uma alegria para Jesus Cristo ou estamos entristecendo seu coração.

Razões para olhar para trás:

  1. Ver o progresso
  2. Vangloriar do quanto avançamos
  3. Ver os que estão atrás de nós

 

Razões para não olhar para trás:

  1. Jesus disse para não olhar para trás
  2. Jesus não está lá atrás – ele está na frente
  3. É condição sine qua non para seguir a Cristo como ele quer ser seguido

Jesus nos advertiu que devemos pensar bem antes de decidir segui-lo:

Uma grande multidão ia acompanhando Jesus; este, voltando-se para ela, disse: “Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo. “Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’. “Ou, qual é o rei que, pretendendo sair à guerra contra outro rei, primeiro não se assenta e pensa se com dez mil homens é capaz de enfrentar aquele que vem contra ele com vinte mil? Se não for capaz, enviará uma delegação, enquanto o outro ainda está longe, e pedirá um acordo de paz. Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo – Lucas 14:25-33

Champlin (Vol. II, p. 101) conclui:

Aqueles que estão acostumados a arar a terra, dizem que é impossível arar fazendo uma linha reta, só o lavrador de vez em quando olha para trás. Essa tarefa requer a atenção ininterrupta do lavrador. Jesus, tal como no caso imediatamente anterior, ilustra aqui que existem lealdades superiores do que aquelas dos laços da família. O propósito de tornar-se discípulo é vão e sem sentido se esse propósito não for levado às suas últimas consequências, de maneira correta. […] A imagem empregada por nosso Senhor, com o era usual, vai direto ao âmago da experiência pessoal de seus ouvintes. Estes pertenciam à classe de aldeões afeitos aos problemas da terra, os quais sabiam que o olho de quem ara não pode desviar-se para que o trabalho seja bem feito. O homem que desvia a atenção, ipso facto fica desqualificado para trabalhar no reino de Deus (Ellicott). Não pode servir a Deus e às riquezas, aos seus próprios interesses caos interesses de Cristo; não pode realizar corretam ente a obra do ministério, ao mesmo tempo que os seus pensamentos e o seu tempo estão absorvidos nas coisas deste mundo. (John Gill)

O exemplo de Paulo:

Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. Tão-somente vivamos de acordo com o que já alcançamos – Filipenses 3:12-16

Paulo se tornou um discípulo de Jesus Cristo e demonstrou essa verdade em sua vida. Ele sabia que seguir a Cristo é um caminho sem volta.

Paulo entendeu que seguir a Cristo seria um grande desafio e que haveria muitos momentos em que a reação natural seria “tirar a mão do arado e olhar para trás”:

Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, para que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo. Pois nós, que estamos vivos, somos sempre entregues à morte por amor a Jesus, para que a sua vida também se manifeste em nosso corpo mortal. […] Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno – 2 Coríntios 4:7-18

Mas Paulo era movido por um “Santo constrangimento”:

Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou – 2 Coríntios 5:14 e15

Champlin (Vol. IV, p. 345) comenta:

“…constrange…”  – O termo grego assim traduzido aqui “sunecho”, apesar de ordinariamente significar “fechar”, “cerrar por comprimir juntamente”, forma de ação, é igualmente aplicável; e “controlar” também dá um bom sentido. Seja como for, porém, o sentido é claro, ainda que a significação exata do vocábulo não seja certa. As nossas ações são “controladas”, e somos “bitolados” dentro de uma certa maneira de agir, somos “compelidos” ou “forçados” a ter certo padrão de vida—e tudo por meio de Cristo.

 

CONCLUSÃO

Vai valer a pena:

Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem se desanimem. Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue – Hebreus 12:1-4

Que assim seja.

Que Deus nos ajude.

Amém

 

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