Cristo, a primícias dos que dormem

1Co 15.1 a 8 e 20 a 23

 

INTRODUÇÃO:

O capítulo 15 da primeira carta de Paulo aos coríntios é a mais extensa defesa da fé cristã na ressurreição dos mortos. Trata-se de um pequeno tratado apologético. O texto dá a entender que havia algumas incompreensões por parte da comunidade cristã de Corinto em relação a esse assunto. Algo compreensível uma vez que entre os pagãos a crença na ressurreição era algo estranho – At 17.32.

O CREDO APOSTÓLICO

Creio em Deus Pai, … na ressurreição do corpo e na vida eterna. Amém

Nossa fé na ressurreição do corpo é fundamentada em fatos, dedução e analogias como também no mistério revelado nas Escrituras.

  1. A HISTÓRIA DE NOSSA FÉ NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO – VERSOS 1 A 11

a) Nossa fé não se baseia em fábulas:
b) Nossa fé não se baseia em relatos míticos
c) Nossa fé não se baseia em contos atemporais
d) Nossa fé se baseia em fatos vivenciados por pessoas reais, num tempo e lugares reconhecidos geográfica e historicamente – 1Pe 1.16 a 18

Os discípulos viram, ouviram, tocaram em Cristo, tanto o Cristo encarnado como o Cristo ressurreto – 1Jo 1.1 a 3

O Cristo ressurreto conviveu com eles – At 1.3

Comeu com eles – Jo 21.12 a 14

Eles puderam tocar em seu corpo ressurreto – Jo 20.26 a 29

Os discípulos tiveram “muitas provas incontestáveis” da ressurreição de Cristo. Jesus apareceu a Maria Madalena – Jo 20.14, a dois discípulos no caminho de Emaús – Lc 24.15, a Tiago, a Pedro, aos 11 por três vezes – Jo 20.19 e 26 – e depois a 500 irmãos de uma só vez; foi elevado aos céus perante os discípulos – At 1.9 a 11. Por fim, a apareceu a Paulo – 1Co 15.8.

 

  1. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO É O FUNDAMENTO DA NOSSA FÉ NA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS – VERSOS 12 A 19
  • Negando-se que Cristo tenha ressuscitado dos mortos a nossa fé é vã, inútil, sem sentido.
  • Negando-se a ressurreição de Cristo estamos contra Deus dizendo que ele ressuscitou e nos metemos num problema de perjúrio ao dizer que Deus fez algo que ele não fez.
  • Negando-se a ressurreição de Cristo os nossos pecados continuam no mesmo estado de antes, sem perdão.
  • E, por fim, negando-se a ressurreição de Cristo afirmamos que os que morreram em Cristo estão irremediavelmente perdidos.

Mas o fato é que Cristo ressuscitou, daí devemos concluir que:

  1. Nossa fé não é vã – Ela tem um sólido fundamento e uma promessa gloriosa.
  2. Não somos falsas testemunhas de Deus – Estamos dizendo o que Deus realmente fez.
  3. Nossos pecados foram perdoados – Ao ressuscitar a Cristo Deus aceitou seu sacrifício pelos nossos pecados.
  4. Os que dormiram em Cristo não estão perdidos – Com relação a eles podemos descansar nosso coração pois já desfrutam do consolo eterno.

 

  • A DEDUÇÃO DA FÉ CRISTÃ NA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS – VERSOS 20 A 28

Paulo é enfático: “No entanto, em realidade, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele o primeiro dos frutos dentre aqueles que dormiram” – verso 20.

a) Adão e Cristo:

Em Adão há pecado, condenação e morte. Em Cristo há justificação, salvação e ressurreição – versos 21 e 22. Quem não nasceu de novo está em Adão e quem nasceu de novo está em Cristo.

b) Cristo, a primícias dos que dormem:

Paulo se vale de uma ordenança mosaica de consagrar os primeiros frutos a Deus como uma demonstração de que Deus é o dono de toda a colheita – Lv 23.9 a 12 (Êx 22.29; 23.16 e 19; Nm 15.18 a 21); Rm 8.11e 1Ts 4.14

c) A vinda de Cristo e a destruição de todo domínio, potestade e poder – versos 24 e 25:

Ao ressuscitar dos mortos Jesus assumiu toda autoridade no céu e na terra – Mt 28.19

Deus o fez senhor e Cristo – At 2.32 a 36 e Ef 1.20 e 21

Deus o fez assentar à sua destra – Hb 1.3 e 4

No futuro o reino do mundo será dado a ele – Ap 11.15

Nesta ocasião todos reconhecerão que Jesus Cristo é o Senhor – Fp 2.9 a 11

d) O último inimigo – a morte – verso 26 e 27:

A morte será efetivamente subjugada por ocasião da vinda (parousia) de Cristo e consequente ressurreição dos mortos – versos 54 e 55. No “novo céu e nova terra” não haverá espaço para morte. A nova ordem não tem morte – Ap 21.4

e) Deus será tudo em todos – verso 28:

O Filho se sujeitará ao Pai e sujeitará a ele também todas as coisas que o Pai lhe havia sujeitado. Jesus recebeu a primazia – Cl 1.18 – e dará a Deus a supremacia – Ap 5.13 e 14

 

A ANALOGIA DA FÉ NA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

Necessidade de bom senso – versos 29 a 34

  1. Os que se batizam pelos mortos – verso 29:
  2. Enfrentamos a morte todos os dias – verso 30 a 32a e Rm 8.35 e 36
  3. Comamos e bebamos:

Paulo jocosamente cita o texto de Isaías em que /Deus repreende o povo de Jerusalém que durante o cerco ao invés de buscar o auxílio divino em arrependimento preferiu aceitar o destino trágico de serem subjugados pelos inimigos – Is 22.11 a 13

4. Recobramos o bom senso:

Não sejamos estúpidos como os moradores de Jerusalém. Paulo pede aos cristãos de Corinto que retornem à sobriedade de outrora. A retomada do bom senso implica em parar de pecar e julgar que isso seja normal na vida cristã.

Corpos terrestres e corpos celestiais: versos 35 a 49

5.  A semente e a árvore – versos 35 a 38:

Paulo defende a continuidade da personalidade daquele que é ressuscitado no último dia. Essa continuidade é garantida pela manutenção da alma. O que será mantida é a alma num corpo renovado.

A semente é colocada sob o terreno e ali ela “morre” (Jo 12.24) e renasce em forma de planta. O grão de trigo deixado para morrer renasce como uma planta de trigo. Assim o corpo espiritual é vastamente diferente do corpo material tal como a planta difere da semente. Na ressurreição a alma se revestirá de corpo espiritual similar ao corpo do Cristo ressurreto.

Um corpo livre de limitações físicas podendo surgir numa sala fechada – Jo 20.19 – desaparecer subitamente – Lc 24.31 – e ainda assim ser tocado – Jo 20.26 a 28 – capaz de alimentar-se – At 1.4.

6.  Corpo natural perecível e corpo espiritual imperecível – versos 39 a 45:

Os corpos terrestres diferem dos corpos celestes. Assim como o sol difere da lua e uma estrela de outra assim também o corpo ressurreto difere em glória do corpo natural. O corpo natural se corrompe por estar debaixo da lei da entropia. Mas o corpo ressurreto não sofre os efeitos da lei da entropia, ou seja, não se corrompe ou deteriora com o tempo – Sl 102.25 a 27

7. Homem terreno, animal e homem celestial, espiritual – versos 45 a 49 e 1Co 2.14 e 15a

O corpo humano terrestre que em nada se difere dos corpos dos animais procede de Adão e perece com o tempo. Mas o corpo celestial procede do Cristo ressurreto e não perece porque faz parte daquilo que é eterno – 2Co 4.16 a 18

Quando Cristo se manifestar seremos como ele é – 1Co 13.12 e 1Jo 3.2

 

O MISTÉRIO DA FÉ CRISTÃ NA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS – VERSOS 50 A 58

O mistério não é algo oculto que permanece como algo a ser desvendado, mas aquilo que outrora era impossível de ser compreendido por não haver alguém que pudesse esclarecer agora está evidente pelo evangelho de Cristo tornado compreensível pelo Espírito Santo – 1Co 2.9 e 10

a) O perecível mortal e o imperecível imortal:

A carne e o sangue que não herdarão o reino de Deus é o que é perecível. Carne e sangue sintetizam o que é mortal.

b) A vitória final – Os 13.14

c) A exortação final – verso 58

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