Os deuses de Raquel

Enquanto Labão tinha saído para tosquiar suas ovelhas, Raquel roubou de seu pai os ídolos do clã – Gn 31.19

 

INTRODUÇÃO:

Quem era Raquel?

  • Filha mais nova de Labão, neta de Naor e Milca, bisneta de Terá, sobrinha neta de Abraão.
  • Esposa de Jacó, filho de Isaque, neto de Abraão, bisneto de Terá.

Raquel roubou os deuses de seu pai Labão que herdara de seu pai Naor, que por sua vez os herdara de seu pai Terá:

Há muito tempo, os seus antepassados, inclusive terá, pai de Abraão e de Naor, viviam além do Eufrates e prestavam culto a outros deuses – Js 24.2

Perguntas:

  • Por que Raquel roubou os deuses de seu pai?
  • Quais implicações havia nisto?
  • Em que o roubo de Raquel afetou a Jacó e sua família?
  • Jacó sabia desse ato idolátrico de sua esposa amada?

Tudo começou “dalém do eufrates”:

Agora temam o Senhor e sirvam-no com integridade e fidelidade. Joguem fora os deuses que os seus antepassados adoraram além do Eufrates e no Egito, e sirvam ao Senhor. Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas, eu e a minha família serviremos ao Senhor – Js 24.14 e 15

Na família de Jacó essa prática havia sido abolida por seu avô Abraão.

Isaque e Jacó foram criados num ambiente livre de falsos deuses.

Com Raquel não foi assim.

  • A adoração a falsos deuses era uma prática na família de Raquel.
  • Terá levou consigo os falsos deuses da Mesopotâmia.
  • Naor e Milca continuaram vivendo na idolatria pagã.
  • Labão e Rebeca presenciaram cultos pagãos em seu lar paterno.
  • Raquel e Lia tinha o hábito de cultuar e servir os falsos deuses de seus pais.

Jacó, livre da idolatria pagã se junta à família de Labão e não sabia do paganismo que existia na casa de seu tio.

Talvez ele soubesse mas não deveria concordar com ela.

Jacó se manteve livre mesmo na casa do tio.

Era costume dirigir súplicas aos deuses e pedir deles proteção e bom êxito em tudo na vida.

Raquel certamente roubou os deuses de seu pai porque era afeiçoada a eles e cria na intervenção deles na vida dela.

Labão certamente tinha afeição pelos deuses roubados – Gn 31.30

 

CONTEXTO: GN 28 A 35

Jacó, tendo enganado seu irmão precisou fugir de Hebrom e foi refugiar-se na casa de seu tio em Harã – atual Síria. Lá ele conheceu Raquel por quem se apaixonou.

Jacó casou-se com ela e sua irmã. Com Lia, Zilpa, Raquel e Bila Jacó teve, em Harã, onze filhos e uma filha. Benjamim ainda não havia nascido.

Certo dia, depois de 20 anos em Harã Jacó percebeu que Labão não o via com bons olhos – Gn 31.1 e 2.

Nesse contexto Deus fala com ele – v. 3.

Depois que deus falou com ele Jacó reuniu suas esposas e resolveu que iria fugir de Harã – v. 4 a 13. Elas concordaram com ele – v. 14 a 16.

Então Jacó colocou seu plano em ação e fugiu de Harã – v.17 e 18. Nesse ínterim, Raquel, aproveitando a ausência de seu pai, furtou seus deuses – v.19.

Jacó fugiu; atravessou o Eufrates e chegou à região conhecida como Gileade, atual território da palestina – v. 20 e 21.

Labão o perseguiu até encontrá-lo – v. 22 a 25.

 

TRANSIÇÃO:

  • A vida de Abraão pode ser analisada na perspectiva temporal.
  • A vida de Jacó é melhor compreendida na perspectiva geográfica.

Jacó esteve em Hebrom, Harã, Gileade, Siquém, Betel e Hebrom novamente.

Já foi dito que Jacó saiu de Hebrom e foi peregrinar em Harã.

 

  • JACÓ EM GILEADE – GN 31.22 A 42

Jacó foi perseguido por seu sogro até Gileade. Em Gileade houve uma contenda entre eles – v. 26ss.

Uma das questões levantadas por Labão foi o roubo de seus deuses – v. 30.

Raquel escondeu os deuses roubados – v. 34 e 35.

Em Gileade Labão e Jacó fizeram uma aliança. Nesta aliança Labão se comprometia a não cruzar as terras de Gileade se Jacó cuidasse bem de suas filhas e netos.

De Gileade Gacó seguiu viagem rumo a Betel.

 

  • JACÓ EM SIQUÉM – GN 33.18 A 34.31

Jacó encontrou-se com Esaú no caminho para Betel – Gn 32 e 33

Depois de despedir-se de seu irmão Jacó seguiu seu caminho, porém fez uma pausa em Siquém onde “arou uma tenda” e “levantou ali um altar” – Gn 33.19 e 20

Em Siquém havia um príncipe chamado Siquém. Esse príncipe seduziu a filha de Jacó, Diná. Sabendo disto, Hamor, o pai de Siquém foi pedir permissão a Jacó para que seu filho se casasse com Diná. Jacó não disse nada – v. 5.

Os irmãos de Diná não gostaram da história e maquinaram uma forma de se vingarem dos siquemitas – v. 13 a 17. Os siquemitas caíram no embuste e foram mortos ao fio da espada – v. 18 a 29. Simeão foi o mentor da chacina – Gn 49.5 a 7.

Jacó percebeu o mal que seus filhos fizeram e procurou fugir de Siquém o quanto antes – v. 30 e 31. Jacó percebeu que havia cometido um erro grave ao permanecer em Siquém. E novamente seguiu para Betel.

 

  • JACÓ EM BETEL – GN 35.1 A 15

Deus não se esqueceu dos votos feitos por Jacó em Betel e reiteradas vezes o lembrou de voltar a Betel e cumpri-los – Gn 31.13 e 35.1.

Jacó chamou toda a sua família e lhes disse:

Livrem-se dos deuses estrangeiros que estão entre vocês, purifiquem-se e troquem de roupa. Venham! Vamos subir a Betel, onde farei um altar ao Deus que me ouviu no dia da minha angústia e que tem estado comigo por onde tenho andado. Então entregaram a Jacó todos os deuses estrangeiros que possuíam e os brincos que usavam nas orelhas, e Jacó os enterrou ao pé da grande árvore, próximo a Siquém.  Quando eles partiram, o terror de Deus caiu de tal maneira sobre as cidades ao redor que ninguém ousou perseguir os filhos de Jacó – v. 4 e 5.

Foi assim que Jacó chegou a Betel e ali pode cumprir os votos que fizera a Deus quando fugia de seu irmão Esaú – Gn 28.18 a 22

O que o impediu?

Os deuses de Raquel

Jacó nasceu num lar onde já não havia deuses, mas casou-se com uma mulher que vivia numa casa onde havia deuses. Jacó não sabia dos deuses de Raquel.

Jacó não poderia dizer “eu e minha casa serviremos ao senhor – Js 24.15

Tendo saído de Harã, Jacó deveria ir diretamente para Betel.

A parada em Siquém foi um desastre completo.

Porque Jacó parou em Siquém?

Será que não vemos aí o agir de Deus a fim de expurgar da casa de Jacó os deuses de Raquel?

 

Conclusão:

Quando estamos andando em círculos na vida cristã – familiar ou pessoal – devemos ser honestos e fazermos uma busca sincera e minuciosa em busca dos deuses escondidos.

Se Betel representa para nós o lugar do compromisso renovado de ter, servir e adorar unicamente a Deus precisamos enterrar os deuses em Siquém – Gn 35.4.

Onde estão os deuses de Raquel?

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